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Cultura

Oeste de SC recebe o 1º Encontro Memória Viva das Artes Cênicas Catarinenses

Luzerna, Joaçaba e Herval d’Oeste receberam o 1º Encontro Memória Viva das Artes Cênicas Catarinenses, com apresentações e rodas de conversa

Pedro Silva

Pedro Silva

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Luzerna , Joaçaba e Herval d’Oeste (SC) foram palco, neste fim de semana, do primeiro Encontro Memória Viva das Artes Cênicas Catarinenses, uma iniciativa realizada pelo projeto de extensão Laboratório Vivo de Teatro de Santa Catarina (LabVivo) da UDESC, em parceria com a FECATE (Federação Catarinense de Teatro).

O evento reuniu artistas, grupos e agentes culturais de diferentes regiões do estado em uma programação intensa de celebração, troca e preservação da memória teatral, realizando o pré-lançamento do MUDAC - Museu Digital das Artes Cênicas, que ainda está em processo de construção e tem como objetivo reunir materiais, arquivos diversos de Grupos e Artistas da cena de todo o estado de Santa Catarina, para a disponibilização e democratização do acesso aos conhecimentos e recordações produzidas sobre a cultura das artes cênicas em nosso estado.

Durante os dias do encontro, foram realizadas Apresentações Teatrais, rodas de conversa, entrevistas, roda de samba e diversas atividades voltadas à valorização da história das artes cênicas no Estado. Um dos destaques foi o convívio com importantes coletivos do Oeste Catarinense, como o Grupo Tejo e o Grupo Reminiscências, que compartilharam suas trajetórias e experiências com o público presente.

O barracão do Grupo Tejo (Escola de Samba Acadêmicos do Grande Vale) foi um dos espaços visitados, encantando os participantes com sua forte ligação ao universo carnavalesco e à criação artística popular. O local se transformou em palco para reflexões sobre a potência da arte como expressão de identidade e resistência.

Estes encontros promoveram uma aproximação de estudantes da Universidade com artistas da cena do Oeste, constituindo um encontro que possibilitou um momento de formação mútua entre o que se produz na universidade e o que é produzido por artistas além dela.

Um momento muito marcante foi a exposição dos materiais do grupo Tejo e Reminiscências para os estudantes, que despertou o interesse pela continuidade e pesquisa dos mesmos. Por outro lado, a apresentação de três peças teatrais, sendo uma delas do Grupo Teatral Reminiscências - “Sagrado”- e duas da UDESC - “Ori” e “Pertença” - promoveram uma troca de saberes sobre procedimentos, leituras estéticas e poéticas das obras e suas intersecções, com especial destaque para a temática sobre as religiões de matrizes africanas presentes na cena.

Outro momento simbólico do evento foi a entrega de materiais ao Museu Digital de Artes Cênicas Catarinenses (MUDAC), marcando o início de uma importante etapa na constituição desse acervo virtual. A iniciativa visa preservar e divulgar documentos, registros e memórias dos grupos teatrais do estado.
"Resgatar a memória é integrar a própria experiência e dar vazão à nossa razão de existirmos, resistirmos e fazermos o que fazemos: Teatro. Te-Ato", reforça uma das organizadoras do encontro.

O evento contou com o apoio de filiadas e não filiadas da FECATE, além de uma equipe de produção dedicada, que tornou possível a realização de todas as atividades propostas, ao todo o evento contou com mais de 200 pessoas envolvidas diretamente nas ações.

Para a Federação Catarinense de Teatro - FECATE a oportunidade de reunir fazedores de teatro da região Oeste do estado, ouvir suas trajetórias históricas com grupos que remontam de 3 a 50 anos de estrada teatral, é um grande tesouro do legado da cultura catarinense e ajuda a desmistificar modos de fazeres e saberes em cada território.

Ouvir como cada grupo produz, por onde encena, como se articula economicamente e como pesquisa nos dá a dimensão da potência do Teatro Catarinense. Para os organizadores, o Encontro Memória Viva foi mais do que uma celebração: foi um movimento coletivo de resistência e projeção do futuro das artes cênicas em Santa Catarina, e também um aprofundamento nas relações entre a extensão universitária e a produção cultural, popular, profissional e independente do estado.

O sucesso da primeira edição já deixa espaço aberto para novas edições e futuras ações de preservação da memória e fortalecimento da rede teatral catarinense.

Ação realizada com recursos do Projeto de Extensão Lab Vivo e da emenda parlamentar n° 2318/2025 do Deputado Marcos José de Abreu - Marquito, com apoio da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC - CEART) e da Federação Catarinense de Teatro (FECATE).


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